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Série Mulher típica (2025 - atual)

  • marú
  • 4 de nov.
  • 2 min de leitura

As obras “Sertanejas”, “Jardineira” e "Caroneiras” compõem a série "Mulher típica". O título da série faz referência a um retrato — uma fotografia da década de 1950 pertencente ao Acervo do IBGE, intitulada Mulher típica da região de Goiás. Vi essa imagem pela primeira vez durante o Festival Internacional do Filme Documentário Experimental – Fronteira, quando foi utilizada como arte de divulgação da quarta edição do evento, realizada em Goiânia. Henrique Borela — um dos idealizadores do festival — compartilhou comigo, no contexto do coletivo História Natural de Goyaz, algumas leituras sobre essa fotografia.

Na imagem, o sol a pino indica que é por volta do meio-dia. Uma mulher, com um lenço na cabeça, está de pé sobre uma estrada de chão batido. De semblante sério, ela olha para fora do quadro fotográfico. No ombro, carrega uma espingarda. Uma

sertaneja?

Além dessa fotografia, uma outra impulsiona minha aproximação com os seres outros-que-humanos. A imagem em questão também tem sido trabalhada no contexto do coletivo HNG. Realizada em 1937, em Goiânia, a fotografia apresenta uma máquina de matar formigas, seu inventor e crianças que aparecem ao redor da máquina. Aproximo-me, então, das formigas a partir dessa imagem-vestígio de umadestruição. As formigas saúvas, ou cortadeiras, fazem frente à destruição desde a colonização do país até hoje, diante da expansão da fronteira agrícola. À medida que os correntões avançavam para o interior do país, elas foram uma das primeiras a ocupar a terra devastada. São seres que nos contam uma série de histórias, se

estivermos dispostos a escutá-las.

Essas fotografias me levaram a imaginar outros retratos — seres que o IBGE não viu — de mulheres típicas de Goiás. A série "Mulher típica” apresenta seres híbridos, nem humano, nem formiga. Uma aliança feita debaixo do nosso nariz: sertanejas

metamorfoseadas, vindas do fundo da terra revirada pelas máquinas do mortífero progresso


** As formigas saúvas foram coletadas, já sem vida, durante algumas caminhadas pela Praça Cívica em Goiânia, onde existem inúmeros formigueiros.





Sertanejas (2025)

Molduras em cerâmica, miniaturas humanas de plástico (esc.1:100), cabeça de formiga saúva, cola e imã.

10 x 10 x 2 cm (AxLxP) / Díptico


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Caroneiras (2025)

Molduras em cerâmica, miniaturas humanas de plástico

(esc.1:100), cabeça de formiga saúva, cola e imã.

15,5 x 17 x 1 cm (LxAxP)


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Jardineira (2025)

Molduras em cerâmica, miniaturas humanas de plástico (esc.1:100), cabeça de formiga saúva, cola e imã.

9x 10 x 1,8 cm (LxAxP)


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