Série Elas passam uma vez no ano (2025 - atual)
- marú
- 4 de nov.
- 1 min de leitura
Atualizado: há 2 dias
Historias em cerâmica esmaltada esculpidas com carimbo em borracha.
Dimensão diversa
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Era o fim das chuvas de verão, quando Cacá e Pedro se mudaram para Goiânia. Alugaram uma casa próximo ao Campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás. Depois de um dia todo de mudança, já era noite e estavam deitados na cama em um sono profundo, quando Cacá acordou com a sensação de algo andando pelo seu corpo. A noite estava clara. Ela levantou da cama e observou uma enorme faixa preta que entrava pela porta do quintal, atravessava a cozinha, subia a mesa de jantar, descia, atravessava a porta do quarto, subia pela cama e desembocava na porta de entrada da casa pra rua. Era um trieiro de formigas que, sem pestanejar, seguia o seu caminho por sobre a cama atravessando os corpos de Pedro e Cacá, em direção à rua. Eram inúmeras que, em poucos minutos, finalizaram sua passagem sem deixar vestígios. Pela manhã, Cacá achou que aquela cena era fruto de sua imaginação, mas Pedro também havia visto as formigas. Eles então ligaram para o proprietário da casa que haviam alugado para dizer que eles não iam ficar na casa porque ela estava infestada de formigas. O proprietário calmo respondeu: “Ó, não se preocupem, elas passam apenas uma vez no ano.”. (MARU, 2025, p.98)
Fragmento da Dissertação de Mestrado: Um arquivo as avessas: desaprender Goiânia em companhia multiespécie
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