Impressão, escrita em máquina e nanquim s/ papel pautado.
Díptico 29,7 x 21 cm (cada)
O trabalho foi selecionado para o 2º Sala Compacta do Museu de Arte Goiana (MAG). Com curadoria de Gilson Plano. Link para exposição virtual: https://salacompacta.escalas.art/
"Há alguns anos atrás, estava em um fim de tarde comum, conversando com pessoas amigas sobre a vida, sobre o futuro e os desejos do que queríamos criar como arte. Naquele dia, essa edição da sala compacta começou a ser imaginada, motivada por um diálogo sobre uma das artistas que me relatou o desejo de realizar uma obra que, apesar de ser uma ideia simples, naquele momento produzir o trabalho seria impossível, por questões financeiras, logísticas e até mesmo políticas. Apesar do procedimento artístico só existir pela narrativa que ouvia, as reflexões que operam em relação à obra eram tão potentes, que a meu ver, mereciam ser compartilhadas, existindo também para um público maior do que a informalidade de uma conversa de fim de tarde.
A sala compacta é um programa desenvolvido para colecionar e exibir pesquisas em arte contemporânea que tensionam os limites da realidade material. Por isso, essa edição se dedica a apresentar arte como projeto, aproximando-se do que existe de mais experimental no processo de investigação artística, na tentativa de compartilhar com os públicos obras de arte que ainda não são viáveis ou mesmo irrealizáveis. As dezoito pessoas artistas e os dois coletivos reunidos aqui usam estratégias diferentes no desenvolvimento de suas pesquisas: vídeos, projetos gráficos, PDF`s, fotografias, desenhos, livros, pinturas, 3D ‘s, gifs, arquivos digitais e analógicos, utilizando-se formalmente de novos e antigos recursos para compartilhar imagens que, por vezes, só poderiam existir como ideias.
A seleção, com 369 aplicações de artistas das cinco regiões do país, desafiou nossa própria percepção e crença nos formatos que poderiam se apresentar enquanto projeto. Os cadernos de artistas, papel e lápis passaram a dividir espaço com software de criação de imagem e edição; drones com câmeras aéreas; mapas digitais e uma série de plataformas que colaboram na conversão de pensamentos em visualidades. Estivemos também atentos a contemplar artistas de territórios diversos e com modos distintos de formularem suas investigações. Sem dúvida, olhamos para as trajetórias, com a delicadeza de ler também os projetos de artista, que podem levar uma vida para se consolidarem, sendo essa indicação uma sinalização de continuidade aos planos que serão ainda criados, mesmo que hoje ainda sejam inacreditáveis." Texto: Gilson Plano
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