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A arte do fazer: o corpo no meio (2017)


Em 2015 iniciei o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Goiás, onde pude me afetar com questões que envolvem a pratica da cidade e propor uma experimentação metodológica que me colocou a pensar sobre as maneiras de permanecer na cidade. Esta experimentação deixou entrever o praticante, este que insiste em inúmeras maneiras de permanecer na cidade, que detém um saber, já que joga o tempo todo "com os acontecimentos para os transformar em "ocasiões."¹. É sobre os objetos que surgem desta prática, que se localiza na disputa de poder, de território, no controle dos corpos do espaço público/privado e nos processos de subjetivação, que inicio a produção do inventário do sentar². Através dos registros de vídeo, colagem, escritos diários da minha insistência no centro de Goiânia (especificamente na Av. Goiás e suas intermediações imediatas), pude perceber no desenvolvimento do TCC, algo que se repetia, as pessoas sentavam, sentavam no degrau surgia entre o edifício e a calçada, sentavam nos bancos do canteiro central, sentavam em tamboretes de plástico e em cadeiras levadas por eles, sentavam no próprio corpo. Os praticantes da cidade criam o tempo todo. Os objetos que surgem a partir deles, criam uma brecha no tempo, burlam a cidade planejada, inventam outras formas de permanecer, insistir e sobreviver a uma cidade especulada, excludente, ditada pelo capital das grandes empreiteiras desde seu nascimento. Esse capital que tenta construir um território higienizado e a fim de atingir o interesse privado. Porém, esses objetos, essas pessoas e eu* insistimos.

1 - A invenção do cotidiano 1. Artes de fazer - Michel de Certeau

2 - Inventário do sentar compõe fotografias, desenhos, tatuagem, intervenção com objetos encontrados e criados.

*de maneiras diferentes, com corpos diferentes e ocupando outros lugares diferentes.


Imagens Caderno de TCC:





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